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DE VOLTA AO FUTURO: bullying, relacionamentos abusivos e reconhecimento global(1) Hoje continuamos nossa jornada pela trama do filme de Robert Zemeckis “De volta ao o Futuro” (1985). O dever de casa era assistir a um trecho do filme dos 80 aos 90 minutos. Vamos pegar a tesoura de edição e analisar o novo fragmento (2) Nesta parte, o ritmo da narrativa ganha impulso novamente - 161 frames! Isto não é surpreendente, já que você e eu estamos entrando na linha de chegada. Esta parte resolve a importante questão da vida ou morte do personagem principal, Marty McFly. Se seus pais não se reunirem novamente, ele não nascerá e, portanto, terá que desaparecer. Claro, o tema do tempo é um dos mais interessantes do cinema. Vale lembrar que na tradução cinema significa “imagens em movimento”, onde os princípios de tempo e espaço são a base deste tipo de arte. Muitos diretores recorreram a uma trama onde o personagem principal vai para o passado ou para o futuro. Por exemplo, entre os diretores de cinema modernos, Christopher Nolan explora ativamente a medição do tempo para mostrar aos seus espectadores fenômenos complexos do mundo da física e da psicologia da percepção (por exemplo, o que são buracos negros, entropia, etc.). Basta olhar para seu último filme “Tenet” (2020). No entanto, todos os filmes sobre o tempo têm o mesmo problema - a ilogicidade da narrativa e “buracos lógicos”. Quando o personagem principal volta ao passado, ele já coloca sua existência em risco no futuro. À primeira vista, este parece ser o caso. Mas se ele existe no futuro (de onde veio para o passado), então isso significa que ele ainda sobreviveu e, portanto, o perigo “vive” apenas na sua (e na nossa) imaginação? Acontece que o que nos é mostrado é que o futuro muda depois de passar para o passado - isso já é algum tipo de realidade temporária alternativa que poderia existir. Se o personagem principal mudar o passado, ele nunca poderá voltar ao futuro de onde veio. Fico mais impressionado com histórias onde o personagem principal, voltando ao futuro, descobre que mudanças já ocorreram, só que não foram percebidas por ele como artefatos do passado. Compreendemos depois do fato que as mudanças já ocorreram e compreendemos o significado dessas mudanças através da viagem no tempo. O momento mais misterioso deste tema é o encontro do personagem principal consigo mesmo no passado ou no futuro. Nesse sentido, mais “lógicos” são trabalhos como o desenho animado do diretor francês Laloux Rene “Os Senhores do Tempo” (1982) ou a adaptação cinematográfica nacional do romance “O Fim da Eternidade” de Isaac Asimov (dir. Andrey Ermash, 1987). Um grupo de músicos luta contra os valentões de Biff. Quadro do filme “De Volta para o Futuro” (3) Nesta parte podem ser distinguidas cerca de dez cenas. Deixe-me lembrar que na parte final da história, os cineastas recorrem ao corte transversal para envolver todos os personagens principais em uma única ação e aumentar a tensão à medida que a trama avança. Aqui vemos o final da cena no estacionamento, onde Biff elimina Marty e começa a assediar Lorraine. Isto é seguido por uma cena em que Marty se encontra trancado no porta-malas do carro dos músicos. A cena em que Biff assedia Lorraine, e George, que vem em seu socorro, tenta defender a honra da garota. Em seguida vem uma pequena cena onde um dos músicos abre o porta-malas onde Marty está e machuca a mão. A seguir vem uma longa cena de como George ainda consegue defender a honra de Lorraine e nocautear Biff com um soco no rosto. Nesse meio tempo, o Dr. Brown pode ser visto esperando por Marty perto da Prefeitura. E também várias cenas no próprio baile da escola: Marty substitui o guitarrista que machucou a mão ao salvá-lo antes, e onde George beija Lorraine. Marty toca rock and roll depois. O que se segue é a cena da última conversa de Marty com seus jovens pais. Só pela descrição das cenas você pode imaginar quantos eventos acontecem nesses dez minutos. Ainda do filme“De Volta para o Futuro” (4) Agora vamos discutir alguns temas psicológicos que surgem ao longo do caminho. O primeiro tópico é, obviamente, o tema da violência moral e física. Já vimos como o valentão Biff Tannett intimida o intransigente George. Poderíamos dizer que George serve como bode expiatório local contra o qual Biff se afirma. Esta situação é comum em grupos infantis e juvenis, onde existe diferença de idade, força física, etc. Normalmente, o bullying nas escolas e universidades é chamado de inglês moderno - bullying (do inglês bulluing, “bullying”). Aqui é oportuno mencionar a psicologia do agressor e da vítima. Todas as crianças, de uma forma ou de outra, tentam lidar com os impulsos agressivos que existem desde o momento do nascimento. Para alguns, esses momentos agressivos são direcionados para fora, enquanto para outros são direcionados para dentro. Em cada caso, temos um quadro individual de como a criança consegue lidar com essa tensão. Como resultado de um desenvolvimento desfavorável, traços como masoquismo moral ou sadismo, um tipo de reação depressiva, etc. Encontrando-se nas primeiras instituições de socialização, tal criança apenas fortalece seu estereótipo familiar. Contudo, não é necessário esperar tais características apenas em famílias onde a violência e a crueldade estão presentes. Também há situações em que os pais amam e cuidam do filho, mas o filho ainda cresce com problemas de caráter. Não estamos falando apenas do ambiente externo da família, mas também de como a criança lida com a tensão interna proveniente de seus impulsos no contexto de restrições sociais. A fantasia de uma criança funciona de forma muito imprevisível, e nunca podemos dizer com antecedência como este ou aquele evento afetará sua psique. George beija Lorraine no baile da escola. Quadro do filme “De Volta para o Futuro” (5) Em particular, George cresceu sofrendo humilhação e violência física por parte de valentões da escola, e Biff cresceu para ser um valentão que principalmente encobre sua insegurança e covardia por trás de bravatas fingidas e atitudes soltas. mãos. É importante dizer que não existem vítimas sem estupradores, assim como não existem estupradores sem vítimas. Estas são essencialmente formas de jogo emparelhadas de interação social. Um dos cenários possíveis para a ocorrência de vítimas é quando a criança deixa de reconhecer suas necessidades e sentimentos, em favor dos desejos de seus educadores (como se o objetivo do comportamento instintivo se perdesse). E um dos cenários possíveis para o surgimento de estupradores é a incapacidade de controlar seus impulsos agressivos devido à própria experiência de violência na infância, ou a incapacidade de colocar sentimentos e experiências intoleráveis ​​na presença de pessoas significativas. Repito mais uma vez que não existe uma resposta padrão única que explique a razão do surgimento deste conjunto “estuprador-vítima”. Posso ainda acrescentar que estes padrões de comportamento também podem ser encontrados em famílias onde existem pessoas dependentes químicas, pessoas gravemente doentes (tanto física como psicologicamente), e assim por diante. Alternativamente, este é o “triângulo de Karpman” na família de um alcoólatra (vítima, tirano e salvador). No entanto, George conseguiu encontrar forças e lidar com seu medo habitual. Salvando a honra de sua amada, ele sacrifica sua covardia para salvá-la da violência de Biff. O inimigo é derrotado e a escola pressente um novo herói. No baile, o sucesso de George se consolida - ele reconquista a namorada e a beija. Marty McFly canta a icônica música "Johnny B. Goode" de Chuck Berry na guitarra. Quadro do filme "De Volta para o Futuro" (6) Marty desempenha um papel de acompanhamento nessas cenas. Acontece que a vitória de George sobre Biff não é suficiente para reconquistar seus pais. Precisamos de outro beijo de George e Lorraine. É nesta parte do fragmento em questão que vemos como Marty corrige o paradoxo do tempo tocando guitarra elétrica para que seus pais possam se beijar no baile (como diz a lenda de seu conhecimento). Marty também se torna momentaneamente o “fundador” de uma nova direção - o rock and roll. Historicamente, os fundadores do rock and roll são Elvis Presley e Chuck Berry (apenas!

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