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Numa das suas entrevistas, Sartre disse uma vez: “Você é lançado desde o nascimento numa situação à qual deve se submeter.”[1] É interessante que estas palavras pertençam a um filósofo que, seguindo Hegel, define a existência da consciência como liberdade. A personalidade na ontologia fenomenológica do pensador francês possui livre arbítrio, e sua obra fundamental “O Ser e o Nada...”, segundo o próprio autor, é “uma obra sobre a liberdade” [2]. Assim, Sartre reconhece a capacidade de uma pessoa se posicionar em relação a algo, em relação a si mesma e aos seus próprios sentimentos e estados. Segundo o filósofo, a consciência como liberdade permite elevar-se acima da situação [3]. Os logoterapeutas poderiam dizer que estamos falando de valores relacionais. Segundo Frankl, é por meio dos valores (atitude, criatividade e experiência) que uma pessoa consegue encontrar significado. Ao mesmo tempo, o sentido é objetivo, existe inevitavelmente, basta encontrá-lo. A última afirmação contradiz a visão de Sartre, que postula a ideia de que o sentido não é encontrado pelo homem, mas criado. O sentido final da história, segundo Sartre, está ausente devido à incompletude fundamental da realidade humana: “o passado pode ser compreendido e avaliado a partir do futuro, que não existe e que não é estritamente determinado pelo passado” [4 ]. É interessante que Frankl adira a uma posição semelhante, porém, não nega o significado, pelo contrário, afirma-o, como bem observa o criador da escola de logoterapia, muitas vezes a pessoa é guiada pelo desejo de ser semelhante. todos os outros, ou age de acordo com o que os outros querem dele, ou seja, o seu comportamento está sujeito ao conformismo ou ao totalitarismo[5]. O homem moderno está desligado das suas raízes - tem alguma liberdade em relação aos instintos, perdeu as tradições que lhe diziam como viver, como agir. Mas, por não terem uma compreensão clara dos próprios desejos, sofrem de um vácuo noogênico, ou seja, são atormentados por uma sensação de falta de sentido e de vazio interior. Mas mesmo neste caso, a vida humana, segundo Frankl, não é sem sentido. No seu famoso ensaio “O Existencialismo é Humanismo”, Sartre escreve que não contrasta a moralidade religiosa com a moralidade pública burguesa, mas afirma que o homem está condenado a ser. livre em suas decisões e ações[6]. Ao mesmo tempo, Sartre argumenta que uma pessoa é responsável por tudo o que faz, por si mesma e por toda a humanidade. Mas o que é, porém, essa responsabilidade se o significado objetivo, segundo Sartre, não existe, mas nós mesmos o criamos? Obviamente, há aqui alguma contradição. Já sabemos qual é a posição do filósofo francês relativamente ao significado final da história: a história da humanidade não está completa, portanto nunca é completamente claro qual é o seu significado, este só poderia ser julgado pelo resultado. Frankl também adere a posições semelhantes quando escreve que o significado absoluto é fundamentalmente incognoscível, e o significado da vida de uma pessoa em particular só se revela após a sua morte, com a única ressalva significativa de que o significado, na sua opinião, é objectivo[7]. Frankl não nega a objetividade do significado; o conceito de significado do momento também permanece no conceito de Frankl: o que importa é como uma pessoa age em cada momento específico do tempo, é por isso que uma pessoa é responsável. Na verdade, como D.A. Leontiev no artigo introdutório à obra de Frankl, publicado em russo, “a liberdade, desprovida de responsabilidade, degenera em arbitrariedade” [8]. Não há contradição aqui. Tem-se a impressão de que, para ser particularmente coerente, o ensino de Sartre carece precisamente deste componente – o significado. Sem ela, a meu ver, o seu conceito monumental e coerente, se não desmorona, revela então uma base instável, e não podemos livrar-nos da sensação de que, devido a esta contradição, está privado de transparência. não adianta fazer sentido assumir, – 1990.

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