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Todas as crianças que acabaram em um orfanato enfrentaram perdas. Mesmo com pais consangüíneos vivos, a criança os perdeu. A perda dos pais, da família, do ambiente familiar, da casa, dos brinquedos, dos cheiros familiares... E as ideias dos pais adoptivos sobre a perda e a sua experiência podem não coincidir com as próprias experiências de perda da criança. Essa reação à perda pode se manifestar de diferentes maneiras, dependendo da psique e dos recursos da pessoa. A perda pode não ser sentida se a coisa ou pessoa não for significativa. Mas o pai é uma pessoa vital para o filho. O mecanismo da perda consiste em vários estágios: Negação. Reação de choque. O homem não consegue acreditar que isso aconteceu com ele. A etapa será tão longa quanto a perda for mais significativa. Nem sempre é dito às crianças que foram tiradas dos seus pais naturais para sempre. A perda ocorrerá quando houver uma compreensão do que aconteceu. As crianças começam a entender quando os novos pais vêm atrás delas. Raiva por tratamento injusto. Raiva dos outros, dos serviços sociais. E todos esses sentimentos se espalham para quem está por perto. A situação e os cenários passam pela minha cabeça: se eu tivesse feito algo errado, então assim a situação seria diferente agora. Uma pessoa barganha com a realidade. Ele não tinha consciência da realidade. Uma pessoa mergulha na melancolia e nas lembranças. Eu não quero fazer nada. É claro que nesta fase a criança não tem motivação nem para estudar nem para as tarefas domésticas. Nem todos os pais adotivos entenderão a condição da criança e que ela não lava o copo porque se sente mal e não porque não é bem-educada. É importante reconhecer esta condição e consultar um especialista a tempo. As crianças muitas vezes entram em lares adotivos durante os três primeiros estágios, e a reação ao passar por esses estágios pode ser desanimadora para os pais adotivos. Aceitação e humildade. Uma pessoa começa a viver em um mundo novo para ela. As crianças começam a construir novos relacionamentos. A tristeza é diferente, os bons momentos de uma vida anterior são lembrados. As reações das crianças à perda podem ser completamente diferentes das dos adultos. As crianças com menos de 10 anos não desenvolveram o pensamento abstrato e não entendem as metáforas e a morte para elas é a morte, a tragédia é a tragédia. A principal tarefa dos pais não é embelezar a realidade, mas mostrar como ela realmente é e ajudar a enfrentar as condições.

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