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Muitas vezes, quando estamos com raiva, também experimentamos outras emoções (ressentimento, medo, tristeza, vergonha, interesse, ternura...), que muitas vezes não admitimos nem para nós mesmos. É como se com raiva tentássemos proteger a nossa fragilidade e vulnerabilidade... Uma rapariga de cerca de 26 anos veio ter comigo para uma consulta com uma questão sobre dificuldades no relacionamento com um jovem. Ela me contou por muito tempo como estava zangada com ele porque seus encontros eram raros, porque ele demonstrava pouca atenção a ela, não a cortejava “ao máximo”, etc. E ao mesmo tempo, ao contrário do facto de a cliente ter passado muito tempo a expressar a sua raiva (o que já falava da sua preocupação), ela estava preocupada porque lhe parecia que só sentia raiva deste homem. Então sugeri que ela reformulasse suas declarações de que estava com raiva... na frase: “Estou com saudades de você e tenho medo de perder você”. O cliente disse essa frase e chorou porque era assim. Durante os períodos de separação, ela sentia falta do homem, gostava dele, mas era assustador e doloroso para ela admitir seus sentimentos para si mesma e era muito mais fácil ficar com raiva e discutir com os amigos “que bode ele é”. Isso porque, segundo ela, “ele poderia deixá-la a qualquer momento”. E, naturalmente, por causa de seus medos no relacionamento com esse homem, ela era bastante fria, o que, por sua vez, levou ao fato de que o próprio homem não investia muito no relacionamento deles..

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